Traição

Não… lamentou-se num grito soluçado, picando sobre mim o rosto para com os lábios o pranto dos meus interromper, vedando-me com os dedos o olhar, dedos que foram só meus agora lavando-se em minhas lágrimas.

Continua, tu consegues Bicho, tu amas-me mais do que isto!

E amei-a.
Em espasmos de mágoa do peito cuspidos para a garganta, amei-a.
Silenciado pelos lábios de encontro aos meus esmagados, amei-a.
Sem o arrependimento das mãos que pela nuca me descrucificaram do colchão, amei-a.

Amei-a para que gritássemos, ela o seu prazer e eu o meu desespero pela violação consentida do que só meu fora.
Amei-a como se a agredisse!

Foi em mim a morte do macho e a consolidação do sacana que sou.
Em pleno Agosto, mês de voluptia para os miúdos.

Abraço agradecido