Diário de Bordo

Emocionalmente completo desde que ela estivesse próxima.
Profissionalmente escravizado à vontade de lhe entregar tudo o que adivinhava faze-la sorrir.
Sexualmente desnecessitado de orgasmos meus por nos seus me satisfazer.
Amei a ela e nada a mim, nós éramos ela!

Continuo a ama-la mas já não por todos os poros, não a penso todos os instantes, dias passam em que não a choro, e o meu corpo de muitas foi.
Já não a olho Vénus encarnada mas apenas como uma das mulheres mais belas do Universo.
Coloco em duvida se alguma vez me amou quanto me diz, passo fundamental para se iniciar o deixar alguém. E apercebo-me do ridículo das comparações, o que antes por defeito doía agora equipara-se chegando a suplantá-la.

Afastados, amei-a por cima da maldade contínua que apenas as mulheres conseguem infligir, amei-a porque também mau fui e sou. Mas não sou cruel, como só as mulheres o sabem ser, e ante a crueldade revolto-me!

Se calhar ainda a vou conseguir sentir apenas como um amor. Se calhar não morri, se calhar estou vivo, fui é enterrado bem fundo, e quanto mais merda me lançam sobre os olhos mais o querer me pede o desenterro. Se calhar o sentir permite-se, mas deve ser demasiado tarde para o organismo.

O tempo realmente vai curando, mesmo que retrocessos me permita, mas nada como um incentivo, e a crueldade é um bom incentivo para se reagir, mesmo ao amor.

Estes 10 dias sozinho fizeram-me muito bem.

Abraço VIVO! (lembro-me sempre do: "prefiro-te morto que não meu!")