segunda-feira, julho 30

Maior Lua de Julho

Negro como a maior das Luas lhe permitia mostrar-se, sulcado sem convite por uma nortada quente e abafada que menos nos fustigava com as areias assim, fundidos os corpos com a rocha, oferecia-se-nos um Oceano apenas travado lá longe por um qualquer continente que nessa noite não conseguiria ser mais aprazível que este.

O vento raro em constância lhe renovava a textura, apresentando-nos um Mar rejuvenescido. Espelho cabriolante, sorriso aberto dando e aprendendo a receber, em montículos se pavoneava, estendendo-se até à entrada dos nossos pés.

A maior das Luas, imponentemente baixa, larga passadeira estendia da espuma à sombra da terra, prolongando-se na mais luminosa das ordens: venham, caminhem-me.

Para ela não podíamos, não ontem. Nem um para o outro, mesmo fundidos não ontem. Mas caminhámos horas mais horas, o asfalto e o Mar, porque os encontros e as despedidas são desde o inicio o mais marcante de nós.

Os dois éramos quatro e sem segredo todos se beijavam, se comemoravam, os corpos fundidos e os que ausentes os completam.

Por fim, despencou-se um Oceano das paredes de um Rio, qual cascata iluminista, e a Lua mirrou-se até à sombra da Terra, e muito antes do Sol, despedimo-nos.


Abraço à Lua e ao Mar

quinta-feira, julho 26

Fasquia

Devia existir um limite para a paródia divina, mas aparentemente cada indevido é prendado com uma fasquia autónoma, à medida dos seus ensejos, como convêm. Tratamento personalizado, acabamentos de luxo numa vida de luxos.

Em comum, todas as fasquias assinalam infelicidades, nem uma lembra um momento feliz, apenas Fados, Blues, ocasionalmente um Rap, um Samba... É esta a sina de um povo, mas que arda o povo, falo do Eu!

A minha fasquia, um rococó de sadismos, vou transpondo nem sempre com consciência, uma e outra vez, mais elevada, mais rebuscada, menos elástica, mais rija, muito mais rija porque muito mais rijo é o atleta que para ela se arrasta.
Conhecedor de todos os finais, coerente com todas as teses, confiante no insucesso que o sucesso acarreta, enfrento os olhos deste destino que só eu posso ter escrito, de tão cruel na incisão, de tão ritmadamente asfixiante.

A fasquia ordenei que fosse elevada, a vida a nove dígitos se reclama. E eu avanço! Aliciado pela promessa de lamentos, ávido do que fui, avanço num arrasto mas avanço.
Abraço vivo!
.
(photo by Tulio)

terça-feira, julho 24

7 Factos Casuais

Uma das mais ricas amizades que o Virtual me trouxe, numa feliz maré que já não recordo, foi a queridíssima Goddess Night .

Uma mulher com os sentires irmãos nos viveres e experiências, aliados a uma dedicação e competência artística que arrepia aplausos meus.

Conhecemo-nos de outras virtualidades, mas desta vez, do seu Blog
Fantasias e Realidades convidou-me para fazer parte do seguinte desafio:

"Cada pessoa escreve sete fatos casuais sobre a sua vida. Depois passa o desafio a outras sete"
Casual
-
que depende do acaso
Acaso (do latim a casu) é algo que surge ou acontece a esmo, sem motivo ou explicação aparente.

1 - Pessoas que não faço a mínima ideia quem são cumprimentam-me efusivamente.

2 - Normalmente jogo no Euromilhões (antes jogava no Totoloto), e de 5 em 5 anos sai-me um prémio que me permite dizer que estou quite com a Santa Casa da Misericórdia.

3 - Apaixono-me. Por uma frase, um som, uma imagem, uns olhos, um desafio, apaixono-me…

4 - Alguns locais obrigam-me a concentrar para sentir o que se está a passar apenas com os 5 sentidos.

5 - Desligam-se e fundem-se demasiadas lâmpadas em meu redor.

6 - Não sou bonito, não sou bem feito, não sou bem-falante, limito-me a ter alguma pinta e alguma cultura. No entanto atraiu pessoas way out of my league.

7 - Muito raro é o cão que não é meu amigo.

Para ti Amiga das estradas quase decalcadas, um grande beijo agradecido por me teres incluído neste, agora teu, desafio.

Desafio que a todas as visitas passo sem obrigações mas com a curiosidade de lhes ler a escolha de casualidades.

Abraço desafiado

segunda-feira, julho 23

Beijo

Não fosses tu meu amigo, puxava da pouca roupa o homem e submetia os corpos ao meu prazer, agora já, montando-te.
Mas como o és, amigo e bastante, respeito-nos, preservo-nos.


Trespassámo-nos num abraço que não se beijou, ao contrário de todos os anteriores.
Tinha nascido o desejo, não mais nos podíamos beijar com inocência.

Se tu me conhecesses, minha amiga, olhávamos o Mar e banhávamos ou não os corpos, mas calados, porque tuas palavras me sorvem como Baileys.

Despregámos os peitos, encarámos a maré que enche, e em silencio contámos as sequências, aguardando a 7ª onda, a maior!

Nas aguas geladas partilhámos o primeiro beijo. Ali sobre a Lua, tremendo arrepiados, flutuando massacrados, o Mar do Guincho leito revolto tornado.

Assim, e só assim, nos poderíamos evitar.

Abraço à bendita manta

(photo - not by AC)

domingo, julho 22

ACimpsons

O parceiro PRATAS, do Gira à minha volta , um incondicional dos Simpsons que eu já cansei, propõe-nos um desafio giro:

Passar pelo
site deste filme e criar-mos o nosso Avatar de uma personagem de Springfield.

Pois passei, pois criei, mas não me consigo encontrar nos traços do
Matt Groening, este cidadão de Springfield não sou eu :)

Abraços

sexta-feira, julho 20

A condição que o ser consome

É complicado perceber como estamos a educar a nossa filha porque a nossa filha são várias filhas que se desdobram em personalidades consoante os espaços e as companhias. Por isso, baseio-me unicamente nas alturas em que ficamos sós e com base nessas alturas posso dizer que a minha filhota é muito cool.

Quando estamos sós tento ser o melhor Pai que consigo ser, e tenho consciência que ao sê-lo o sou melhor que a maioria dos Pais, mas quando não estamos sós sou cada vez mais apenas uma pessoa que mora na mesma casa.

Não era suposto eu estar vivo para contribuir fisicamente para a educação da minha filhota, mas estando vivo, ser Pai está-me a consumir muito mais violentamente que o tempo que pretendo conseguir estar presente.
Apenas exijo de mim entrega-la saudável ao Mundo. Tarefa anosa que as marés do meu equilíbrio lavam Mar.

Culpabilizo-me pelo rasgo que lhe impus nos meus dias de Pai solteiro. O que na sua ignorância a vi sofrer, magoa-me ainda hoje tão forte como ontem, por isso, e porque amo a Mãe, asfixio-me no Lar fechado, alegre me esvazio, presente vaguei-o, desperdiço-me, apago-me! Espero-me se tiver tempo, substituo-me.

Estou quase sempre perto e quando não estou junto sou procurado, mas nem sempre consigo corresponder com tanto empenho como o que uma filha merece.

À demasiado pouco tempo entreguei a chave da minha casa e vim viver com a minha família numa casa que não sinto minha mas onde existe tudo o que possuo. Gosto de aqui estar mas não estou aqui, estou no por possuir!

Abraço às duas, bem grande.

quinta-feira, julho 19

Prémio da Banana

Quando tuas nádegas da cama se elevam, coxas tesas aprisionando-me pelos ombros montados, braços longos para com as mãos os mamilos nossos conduzires, e com as ancas te empurras mais e mais descontrolada para o meu rosto, para os meus lábios, a minha língua, a minha sede constante...
Nesses momentos em que objecto tornas os meus sentires, em que o egoísmo ganha partilha e na saliva te diluis....

Nesses instantes em que teu clítoris sou... esquecemos a presença da banana!


A mais que visita, mais que prata da casa uma verdadeira inquilina, a Um Momento...

Uma grande escritora em eclosão que tenho o privilegio de ter como Rainha dos Replys, a
gasolina

E a excelência do Amor Blogado, a “minha” Afrodite virtual, a
sonhadora

Resolveram mimar-me com o Prémio da Banana.
Perseguida a origem desta Banana até à raiz, dispo-a do cariz vulgar (ou Porno), recebendo-a como um aplauso a quem consegue excitar sexualmente quem lê.

Parabéns às autoras pela naturalidade com que descrevem a luxúria, pela classe com que a explanam, pela liberdade com que me enchem e pela capacidade de me fazerem sentir carnes nos caracteres.

Por razões óbvias não lhes dedico uma enorme e expressiva Vénia, nem me atrevo a um abraço, mas deixo-lhes a minha gratidão por este “diploma” que abananado nos sentires com que o recebo, me preenche cada poro do orgulho.

Muito obrigada meninas mulheres.

E dentro deste espírito revelo os espaços onde os verbos me alcançam a ponto da erecção.

Esta Minha Casa by SONHADORA

Flor da Palavra by GASOLINA

Intimas Suculencias by MARY LAMB

Palavra por Palavra by HELENA NUNES

Um Momento by UM MOMENTO

Muito obrigada pela vossa Arte, não pelos efeitos da mesma, principalmente quando as leio nas manhas.

Abraço com o Ego cheio

Lo unico fruto del amor,
Es la BANANA,
Es la BANANA!

Lo unico fruto del amor,
Es la BANANA si señor!!!
ChaChaCha!!!

quarta-feira, julho 18

Cool Jazz Fest

Portugal é hoje apeadeiro mor no roteiro da cultura europeia, só que em Portugal a cultura paga-se demasiado cara, o que convenientemente a afasta, a Elitiza.

Teresa Salgueiro, Nouvelle Vague e Gotan Project são os nomes sonantes deste festival que se triangulou entre Mafra, Oeiras e Cascais, terminando no próximo dia 22 nos Jardins do Casino Estoril com a deliciosa Norah Jones.

NOUVELLE VAGUE Jardins da Casa da Pesca - Oeiras

Quando o Cover se ganha Musica!

Vivemos relacionamentos condicionados pela falta de tempo mas na musica ainda encontramos tempo para nos mantermos juntos no depois.
Desta vez foi diferente, não conversámos as impressões. Findas as notas, seguimos cada um a sua direcção, a direcção de Domingo à noite.

Abraço GRANDE Bud

segunda-feira, julho 16

Amo-te ??

Dizia uma namorada:
hoje solta-se um amo-te como quem cospe cascas de tremoços”.

De facto, hoje ama-se e desama-se com demasiada facilidade. A fast life agarrou também a vontade e necessidade de sentir.
Incongruentemente, eu, um viciado dos sentires, continuo na velocidade clássica.

Em todos os Lares encontro separados amantes de todo uma vida, e amores de toda uma vida são ultrapassados em escassos meses. Quando não sucede o mais natural: passar de um amor para outro, lianas de amor, sem poiso mas sempre adiante, sempre com o tremoço nos lábios.

Somos uma geração de fracos!” dizia uma amiga…
Opunha-me, claro, com o exemplo dos nossos pais: unidos até às mortes, pela indiferença, pela tolerância, pelo hábito.

Nós somos é uma geração à procura, a primeira a quem o foi permitido fazer, e nesta cruzada somos naifs, mas buscamos, é uma necessidade inata buscar.
Resultado: Vivemos dias de falsas relações, iludidos, dias de experiências falhadas (ou frustradas), dias de sede permanente, dias de Gomorra.

É assustador o sentir made in século XXI.

Julgo nunca ter banalizado um Amo-te, aquele AMO-TE no sentido da companheira também sexual. Apenas o utilizei 3 talvez 4 vezes, vezes demasiadas eu sei, mas foram sentidas, vividas, amadas até à medula, para sempre!


Abraços

domingo, julho 15

Postal/Cartão Amizade

As queridíssimas Mi... e gasolina resolveram estampar mais um sorriso em meus lábios e mais um “Diploma” neste espaço, o Postal da Amizade.

O que mais dizer-lhes meninas ?...
Que sim, que nas minhas voltas as visito com regularidade, que as leio para alem das palavras, e que sim, em parte me chegam a acompanhar também fora do Virtual, porque me é particularmente querida a pessoa por trás da escritora.
Que sim, que nos iniciámos num patamar da amizade, e que sim sabe muitíssimo bem passear na companhia, ainda que virtual, de pessoas como vocês.

Com um enorme abraço agradecido vos devolvo o carinho, entregando-vos também eu este Postal da Amizade, desejando que vos encha tanto como o que cada um deles me encheu a mim.

Obrigadíssima meninas, vocês valem Gigas! :)

sexta-feira, julho 13

Despedidas

Ajoelhei-me no Restelo e pedi a Deus que a fizesse andar.
Depois dela não mais Deus.

No Restelo meu Pai desafiou-me a escolher entre uma vida morna e uma vida salgada?
Depois do desafio não mais Pai.

De saco-cama, no Mar Vicentino venci um vício.
Depois do químico o álcool.

No Francisco Xavier arranquei de mim todos os pelos e preparei-me para não regressar.
Depois de mim sobrevivi.

Nas Rochas, mordidas pelo Oceano de Cascais, despedacei o corpo da Guitarra de meia vida.
Depois de mim ninguém!

Na areia, virada para o Mar de Algés, tornei pira a cama que só dela foi.
Depois de nós ninguém!

Hoje, continuo a despedir-me da vida, feliz por de tudo ter experimentado mas infeliz por não ser capaz de a querer apreciar.
Depois de um dia, outro.

Pode ser hoje, amanha ou aos 90. Partirei laçando com lágrimas a vida, pranteando os que amo e os que no dia descobrirei também amar. Partirei lutando, rindo e sangrando, mas partirei ciente que fui eu e apenas eu quem me partiu, quem me perdeu, quem me viveu. E que vida rica eu tenho vivido!

Abraços vivos e agradecidos

Depois dela não mais Deus.
Depois do desafio não mais Pai.
Depois do químico o álcool.
Depois de mim sobrevivi.
Depois de mim ninguém!
Depois de nós ninguém!
Depois de um dia, outro.

quarta-feira, julho 11

Rex

Os olhos encontraram-se, reconheceram-se e afastaram-se, os meus mais decididos que os dela, que meio segundo após ter falhado a meta do meu ombro se tornou, apontando-me o dedo acusador.

Só existem duas pessoas no Universo por quem tentaria passar despercebido. Ela era uma delas.
Felicíssimo por a ter visto, constatado que agora mulher feita é ainda mais bela que quando mulher iniciada (as mulheres só estão completas depois dos 35) recebi o dedo acusador pronto para a torrente de espontaneidade, o honesto metralhar de improvisos com que sempre se tentou cobrir do embaraço que lhe causo.

TU IAS PASSAR POR MIM SEM ME FALAR ANDRÉ !!

Pois ia, pensei que tu também o fosses fazer... e quase fizes-te.

NÃO ANDRÉ, TU IAS PASSAR POR MIM SEM ME FALAR !!!!!!

Desculpa…

Avancei para dentro do dedo-espada ao centro dos olhos mirado e roubei um abraço beijado, primeiro correspondido e depois finalizado com um experiente murro nas costelas que me apartou.

Os seus olhos perderam a ira e ganharam a descrença do constrangimento.

TU IAS PASSAR POR MIM SEM ME FALAR ANDRÉ !!??!!??!!??

Pois ia, desculpa, deixa-me compensar-te. Pago-te um copo, vamos, desculpa, passaram o quê? 10 anos?...

O meu filho tem 15 anos André!

Não lhe voltei a perguntar o nome do Pai, não acredito em nenhuma das respostas!

Abraço...

(foto NOT by me )
A inigualável no dizer e no sentir SONHADORA, Imperatriz do Amor, humilde anfitrião do Blog
Esta Minha Casa, mimou-me com a 5ª frase da pagina 161, nomeação que repito atestado de orgulho pela atenção.
Historia Mística de Portugal by Pedro Silva, da Editora Saída de Emergência

Acerca de um Solar do século XV existente próximo de Arraiolos e a respectiva lenda da Sempre-Noiva, diz assim o quinto paragrafo da pagina 161:

Mas estávamos no ano de 1384 e a altura não era a ideal, longe disso, para um casamento entre pessoas do mesmo lado da barricada. Levada para Lisboa, que se encontrava cercada, quis o destino que o Mestre de Avis, futuro Rei de Portugal, tivesse decidido casa-la com outro nobre. Mas as pressas levaram a que o seu noivo morresse vitimado pela peste, ainda antes de formalizar a ligação.

Não a passo a ninguém, já o fiz no passado, mas estejam à vontade…

Abraços embrulhados em Beijinhos

terça-feira, julho 10

MomentUS de Excelencia

As queridíssimas Um Momento... e gasolina não são apenas duas escritoras, são duas boas escritoras, que para alem da Arte que nos oferecem, um dia por aqui entraram em simultâneo e desde então me têm acompanhado com o seu vigor na frontalidade, e com a sua capacidade e vontade de me perceberem, o que têm enriquecido sobremaneira não só a bagagem, como o maquinista destes dias.
Duas boas escritoras que por essa blogosfera fora têm enchido de ternura e Arte um Mar de gentes, que naturalmente lhes retribuem todo este seu Amor da melhor forma que nós Blogistas, o conseguimos fazer.

Hoje é acima de tudo uma enorme alegria receber da sua electricidade o Prémio Blog MomentUS de Excelência, prémio que para mim, na prática, sublinha os espaços que de alguma forma bloguistica colocamos acima de um patamar de normalidade, e quão elevado é o patamar de normalidade neste pais de Poetas como nenhum outro…

Muitíssimos parabéns meninas por mais um Mimo, e muito obrigada meninas por mais um Mimo, vocês estragam-me e eu gosto imenso desta nossa relação virtual, visitando sempre que sentidos… fazemos parte!

Por razões emocionais deixei de ler alguns Blogs absolutamente espantosos, o que diminui a quantidade de excelência nos meus passeios, por isso meterem-me a passar prémios do óptimo é estar a enterrar o seguimento da coisa porque, chamar pelo nome aqueles que sensorial ou emocionalmente me tocam regulamente acima do muito, é quase matar o seguimento do prémio, não pela qualidade dos espaços visitados, que são muitíssimo bons, mas sim pelo respeito que o excelente me merece.

São espaços excelentes:

Esta Minha Casa by Sonhadora
Flor da Palavra by Gasolina
Helena Nunes by Helena Nunes
Impulsos by Impulsos
Ovelha Negra, Ovelha Branca by Ovelha Negra

Os referenciados são livres ou não de dar seguimento a estes MomentUS de Excelência, o importante mesmo é o meu reconhecimento “publico” pela excelência dos vossos passos apenas pelo espaço em si, e o meu muitíssimo obrigado a vocês, por AINDA mais que os outros me melhorarem.


Um excelente Abraço

segunda-feira, julho 9

Quando dei por mim

Quando dei por mim encontrei-me frio e árido.
Quando dei por mim com as mãos cobria o rosto.
Quando dei por mim tanto me faltou para ser uma pessoa.
Quando dei por mim não vi orgulho, apenas desgosto.

Quando dei por mim quis voltar a ser sozinho.
Quando dei por mim raera todas as pegadas.
Quando dei por mim já não era eu André.
Quando dei por mim despenhava gargalhadas.

Quando dei por mim rasguei as mãos.
Quando dei por mim ninguém chamei.
Quando dei por mim cozi boca e olhos.
Quando dei por mim amava alguém.

Quando dei por mim nem o luar me acompanhava.
Quando dei por mim nem o regaço do Oceano.
Quando dei por mim isento de dor chorava.
Quando dei por mim quis cessar todo o dano.

Regressar à morte porque vida não me mereço.
Regressar à vida enquanto morte, morte peço.
....

sexta-feira, julho 6

Os castanhos e as brancas

Algures, num dos paraísos da Lezíria Ribatejana.

Um por bestialidade, o outro porque é uma besta, o animal e o bicho, ambos inteiros de Fêmea.


A ambos foi concedido o dom de pensar e sentir, mas ambos são castrados de vida.

Relincham ambos acima dos ecos da falta de opções que galopam.
Relincham ambos em cima dos Egos das Brancas que, bestas, precisam de possuir.

O irracionalmente perfeito e o racionalmente imperfeito. Ambos castanhos, ambas brancas.

Ilhados por um cordão condutor de electricidade.
Ceifados pelo filtro da memoria. Inquisidor de vivências, o assassino de experiências.

Pesados os peitos ébrios de paixão, permitem-se viver sem vida num dos Paraísos da Lezíria.


Abraço de fim-de-semana


quinta-feira, julho 5

Ferir a folha tua carne tornada.

Por e-mail, à laia de Desafio, pediu-me que casasse a minha arte com a sua carne. Desafio imenso, criar uma imagem para a sua pele suportar. Compromisso dos sérios, porque, para nós, se intemporiza.

Apresentou-me duas premissas: Joaninhas e Flores. Indicou-me exemplos pictóricos: Tribais fundamentalmente. E deixou-me com um dead-line de um mês. Deixou-me confiante na minha capacidade de lhe traduzir sentires no carvão, e depois na cor. Deixou-me e tentou fechar-se à expectativa.

Primeiro, rabiscos de intervalos nos dias. Depois, estruturas que em pops fui moldando na saudade. E finalmente, em desenho, criámos a nossa base para a sua Tattoo.
Ela adorou e eu estou orgulhoso por ela ter adorado.

Abraço agradecido, graças a ti experimentei e experimentei-nos.

Rabiscos e estruturas - ao Som da vida.
Não consegui ser Tribal, introduzi a dimensão, e apropriei-me da simbologia, mas o resultado, distante do que eu alguma vez sentiria necessidade de riscar, agradou-me.

Cor - ao Som de Kalashnikov.
O pincel que mais fere a folha é a caneta. Rotring 0.7 seria se não me tivesse sido imposta a presença de Cor. Arrisquei-me no feltro, técnica que desconheço, e gostei, não do desenho mas do desenho no seu corpo, corpo que ao desenhar de memória percorri.


Abraço na Carne

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Era heterogena, espontânea, misturada, não ocupando lugares previamente marcados. Pagina 161 - 5ª linha completa do livro Intervenção Extraterrestre em Fátima by Joaquim Fernandes e Fina D´Armada.
Agarrem no livro mais proximo e contem-nos: Esta Minha Casa , Fantasias e Realidades e Pitchulices miminho da omnipresente Um Momento

quarta-feira, julho 4

O outro

O mais despropositado dos Tabus é o sexual.

O sexo atravessa-nos diariamente dezenas de vezes, homens e mulheres, no entanto é dos assuntos que menos abordamos.

Insinuamos, brincamos, opinamos, mas não nos atrevemos a trocar, olhos-nos-olhos, verbos do nosso sexo.

Eu sou um livro aberto, a vergonha esperada dos amigos e das mulheres. Mas mesmo aqueles a quem mais fundo me entrego se mantêm tímidos no falar das suas proezas, fraquezas, curiosidades ou afazeres sexuais.

Falamos de tudo, menos daquilo que realmente faz o Mundo andar à roda.


Eu namorava com ela, ela namorava comigo e com ele, e eu e ele não nos falávamos.
Depois começámos a falar-nos, a namorar a três, e finalmente esquecemo-nos dEla e continuámos a namorar, a dois.

E como se namoraram?

Exactamente como estás a imaginar. Excita-te querida?

Sim, vocês são ambos belos homens, mas, e ela?

Ela acariciou-se até se jorrar em pragas do seu Amor por nós.

E tu, quando nos observas em masturbo, vens-te excitado por ambas mas vendo-a apenas a ela...

Desculpa mas é ela a minha amante de sempre, mesmo Lésbica, mesmo que apenas a possa ter tendo as suas amantes.

Beija-me para ela!

Não! Eu beijo-te para ele.

E não falámos de sexo...

Ensinámo-lo meu Amor.


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Quatro Abraços

terça-feira, julho 3

Um Amigo da Antonio

Lembro-me que não nos amámos de imediato. Tu num extremo do introvertido: o amante do autismo, e eu o Jim Morrison do Colégio de Padres... mas aquela Turma de artistas muito antes de o serem, doidos varridos sem o sabermos, não permitia excepções: a Arte à nascença é feita de todos! E desse contacto com a miríade cultural neoteen, construímo-nos absolutamente abertos às bofetadas da estrada. Uma estrada que sabemos ser uma elite de sentires, ser Artista porque não o ser nos é impossível mas mesmo sendo não nos sentimos.

É um Amor com quase um quarto de século, é uma vida!
Encontrámo-nos miúdos, acabados de conhecer as lâminas de barbear, e ainda próximos nos mantemos hoje, no início da descida. Dois dias ou dois anos, cada incontacto é como se tivesse sido ontem, nunca se está separado de um Irmão.

Estreámo-nos como caloiros na António Arroio. Desenho gráfico, duas horas diarias na Torre mais distante e isolada da escola, o que nos concedeu o privilegio da solidão que obrigou a turma a ser um grupo; os repetentes, aqueles que realmente viveram tudo, e os caloiros, ávidos de tudo experimentarem. Uma mix que nos proporcionou uma entrada em grande em todos os cantos de uma escola que pouco demorou a ser o nosso trono.
Tivemos sorte, conseguimo-nos ensinar bem, fomos muitíssimo bem recebidos, e 5 ou 6 anos de extremos tornaram-nos homens aptos para jamais nos vulgarizarmos. Somos artistas, somos diferentes, somos bons no que fazemos, e tu, meu Amor, foste dos melhores que eu conheci. E digo conheci, porque a ESBAL te apurou a técnica e refinou a sensibilidade, mas matou o gosto, o que para mim é o bom gosto.

Seguimo-nos dos improvisos à insanidade espontânea, dos palcos às horas de certezas firmadas, seguimo-nos do miúdo ao cota e cá estamos, pais, artistas, vivos, e ainda juntos.

Tudo isto para vos dizer que Pedro Revez expõe as suas mais recentes obras de serigrafia e desenho “As Formas Informes” na galeria Goma 386 na Calçada do Correio Velho, Nº 7, Junto à Sé de Lisboa, até ao dia 27 de Julho.

Quando andarem por aqueles lados com uns minutinhos a mais, entrem. É um espaço engraçado pela leveza, ao qual as obras do Pedro concedem o peso da presença de um grande artista, um contraste que vale a pena sentir.

Abraço irmão

domingo, julho 1

Dia de Mimos

Começo mais uma semana com o Ego para lá da Lua, cheio pelo carinho de quem me lê, mima, e injustamente premeia e nomeia este privilegiado do carinho.
Muitíssimo obrigada meninas, vocês quase que me obrigam a gostar das segundas-feiras.


A recém chegada (à minha Esfera)
Mi... e a Deusa do Amor escrito sonhadora, atribuíram-me o premio 7 Maravilhas da Blogoesfera.
Dois beijos enormes em dois seres fantásticos no sentir e no dizer **
(Não retribuo este prazer a ninguém porque o regulamento apenas o permite fazer uma vez)

- Dias: simplesmente porque a sua escrita e o seu canto são de uma elegância que me incentiva a seguir algumas das suas pisadas.
É desta forma que a
Helena Nunes me apresenta a quem passa, entregando-me o Thinking Blogger Award. Soubesses tu Helena o orgulho que sinto nas palavras e no prémio… muito obrigada!
Descrevo-me na fome de sentires, na sede de experiências… penso pouco, emociono-me demais, mas fico felicíssimo por ser capaz de tocar alguém a ponto de o fazer pensar-me.


Respeitando a premissa do "Blog que me faz pensar" e não repetindo os nomeados mas repetindo as nomeações, ofereço este imenso prazer a:
Expoir Port Experence o caríssimo Amigo distante faz-me pensar no quão ignorante continuo a ser. A devida vénia Capitão.
Miosotis Penso em ti, penso na Vida, penso nos Dias. Leio-te e penso-te. Obrigada por tudo.
Silvia faz-me pensar vidas mais belas, mais cheias, mais vidas. Beijo enorme, atestado de reconhecimento.
sonhadora digo-o e repito-o até que os dedos me doam: tu conheces o Amor como quase ninguém, e nas tuas escolhas permites-nos amar e amar-te como raros morrerão conhecedores. Porque te “conheço” penso-te cada vez que inspiro mais fundo e cada vez que inspiro mais fundo te agradeço pela Arte com que o dizes.
sony Penso em ti, na tua força e na tua atitude, a cada pedrinha que me surge na caminhada. Sem o saberes, és Oxigénio em mim, muitíssimo obrigada.

''Não seria fantástico existir um prémio para aqueles que sendo maravilhas (ou não!) nos fazem sonhar e ir mais longe?"
É com esta questão que a
Um Momento... apresenta os Fly Awards
Apresentação assim por si concluída: "com o intuito de continuar a valorizar a arte de cada um. Seja ela a escrita, a fotografia, a própria originalidade de cada um, o próprio ser."
Pois, parabéns e a melhor das sortes para esta iniciativa e muitíssimo obrigada por este prémio que recebo com o peito a transbordar de alegria. Tens noção que metade dos meus “Diplomas” são teus? Muitíssimo obrigada não só por este, mas por todos os mimos que me tens oferecido.

Juntando-se-lhe neste mimo, recebo a mesma honra pela Pena da sonhadora... para ambas dois enormes beijos agradecidos.

“Com o intuito de continuar a valorizar a arte de cada um” atribuo os meus Fly Awards a alguns dos do costume:

Esta Minha Casa by Sonhadora
Fantasias e Realidades by Goddess Night
Flor da Palavra by Gasolina
John Player Special by JPS
Momentos... by Miosótis
Oceanus Atlanticus by FE
Ovelha Negra, Ovelha Branca by Ovelha Negra
Pitchulices by Cindy e Phantasma
Realidade ou Virtual by Sílvia
Um Momento by Um Momento
Vero Piacere by Marisa
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Abraço honradissimo
Minha foto
Algés, Oeiras, Portugal
eu sou quem