Ensina-me-te

Deixei-a na cadeira juntando-me a seus pés.
Permite-me assistir-te?!
Assim, a pedido?...
Sim, quero saber-te!

Antes de sentidos já os lábios se ganhavam em rubor e as centelhas, do vermelho ao rosa, ferviam-se para um branco cintilante. A qualquer momento pingaria desejo.
Os dedos, hesitando no embaraço, tropeçaram para as coxas, enquanto o rosto se mordia mais forte do que podia, olhando-me incrédulo mas disponível.
Apresentaram-se dois dedos, num lento acariciar tacteado, localizado. E cerrando os olhos despediu-se com um até já, em tom de ultimo desejo.

Mobiliza-se expandindo os círculos, ampliando-os tanto e tão morosamente como nunca tinha presenciado.
Espanta-se, como se agredida fosse, apressando-se entre mamilos.
Sofre reconhecendo-se, dedos unidos pela mais saborosa das películas.

Braço lindíssimo, suado, trabalhado, espasmico! Em querer terminado pelo querer determinado, que se restringe no agir a dois centímetros de sentir.

Contraiu-se por um instante enterrando os abdominais na medula, e num espreguiçar arqueado, ancas, coxas, nádegas, catapultaram-se para mim, e voltarem à cadeira, para novamente me procurarem uma mão de vezes. Menos intensa cada viajem, menos selvagem menos divina, até se largar imóvel, pulso teso pousado no púbis calvo, soltando os músculos torcidos, até se voltar a ser apenas bela, fatigada, completa.

Num sobressalto lembrou-se da companhia e assustada abriu os olhos para os meus encontrar sorrindo.
Ergui-me do altar para melhor ler a resposta dos olhos.
O que imaginas-te?
Que agora é a tua vez!
Assim, a pedido?...
Sim, quero saber-te!

Abraço estudado