Dias

Após aquele Pst nunca vinha coisa boa…
“Tens um rabo muita xiro!” segredou-lhe, sorrindo-se infante, escorrendo-o ainda, louca na sua honestidade, de tshirt apenas, trancando o portão da garagem com modos que apagavam o nascer-do-sol.

Ele, lançou-lhe o beijo franco de quem agradece bons momentos, alçou os calções desrabados, e esquinou-se.
Estás atrasado! vibrava-lhe do bolso o telemóvel e com um “estás muito atrasado” ela o recebeu.

“Desculpa, atrasei-me…” (mentiu-lhe naturalmente qualquer coisa da filhota).
Perdoado, abraçaram-se no pequeno-almoço e depois pela cozinha, abortando no primeiro gemido mais uma ida ao Guincho.

Após aquele assobio nunca vinha coisa boa…
“Ainda te lanchava…” insinuou-se, sorrindo genuína paixão, vera necessidade da companhia que ele sabia ser.
“É que nem te atrevas, estamos empatados…” retorquiu-lhe, nesse instante apaixonado, maravilhado por meio corpo perfeito pela fresta exageradamente exposta exposto, nudez realçada pelo vermelho dos caminhos percorridos... a diva!

“Hoje não posso fofa (seguido de qualquer coisa da filhota), não, nem uma rapidinha”, pousou o telemóvel e reintegrou-se com o duche.

“Estou a tomar banho…” cumprimentou-a.
“Óptimo, um aperitivo antes do jantar” rosnou-lhe ela desamparando-o da toalha, lançando-os sobre o sofá da entrada, impossibilitando imediatamente mais uma ida à Portugália.

Embriagados viram o nascer-do-sol do alto da colina velha, do Op Art chegados, dos roçares suados, mas sem paixão...animais!
“Diz-me…”, e após aquele Diz-me nunca vinha coisa boa… “em tua casa ou na minha?”
Ele beijou-a o beijo da luxúria e partiram para a casa mais próxima.

Quanto tempo mais sobreviveria à vida de Pai solteiro?

Abraço que exorcize Agosto

(photo not by me)