quinta-feira, dezembro 6

Fire

À distancia, calmíssima a rua, como sempre. Privando-se dois ou três sentidos, nunca se adivinharia a azáfama nas traseiras...

Enrolava o cigarro do sono, incomodado pelos aromas adocicados, quase heroína. Fui à marquise inquerir cinzeiros, à cozinha ver whatever e ao quarto checkar da filhota.... “donde vem este pénis deste cheiro?!” Voltei ao cigarro e o aroma addocicou-se... Lógiquei mais um incêndio prós lados de Alfragide mas assim que me assentei para o rio, era inevitável perceber que era três andares abaixo de nós que ardia.
Outro lado da casa, acordar filhota e abrir janelas. Dizer-lhe para se calçar e meter um casaco quente, calçar-me e voltar à sala para embolsar maquina fotográfica e telemóvel, com um miúdo bombeiro a desancar-nos a porta para evacuar o prédio!
Escadas, cenário 9/11,  “quanto tempo demoraria ?” ... e fomos passear a noite da vila, para não traumatizar a filhota.
Regressámos, os gatos dormiam, abri mais janelas, e continuou o dia noite...

Nessa noite acabou qualquer coisa em mim, no momento em que assumi que tudo podia arder mas tudo o que me era importante estava na mão, na memória ou no coração !

Nota; um incêndio no prédio é uma óptima forma de se conhecer os vizinhos.

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