domingo, agosto 9

Parceiro que nunca beijei

Sou filho único de Mãe divorciada desde os nossos primeiros anos.

Na sua ânsia de me sarar de possíveis traumas causados pelos abusos do meu Pai, presumo que a velha me ofereceu milhares de momentos. Infelizmente, de três décadas comuns, não recordo mais que duas mãos cheias d´aquelas vezes...

E uma d´essas vezes, foi quando me levou a assistir ao melhor concurso da história da televisão nacional; A Visita da (Vaca) Cornélia. Fomos porque o Benfica, a Tourada, e o Raul Solnado, eram a minha cultura. Fomos porque tanto para o miúdo como para a trintona, o artista Solnado era refrescante, inovador... compensatório!

Um dia a minha avó deu-me 5 contos e eu comprei uma “aparelhagem”.
Na cassete de oferta, que foi a minha primeira K7, realizei uma colectânea de gravações de um programa de Rádio famosíssimo, o Quando o Telefone Toca, onde RECquei mega êxitos como os temas da Heidi (oh, leró, pipu pipu...), do Marco (era um porto, italiano...), o Calhambeque (bi bi...), o Leãozinho (gosto muito de você...), o Dom Sebastião do Quarteto 1111 e, minutos e mais minutos irrepetíveis, de audiências genuinamente deliciadas quer in loco como in Rádio, por um génio como tantos outros modesto, que agora findo tem de ser desmodesticado porque assim o exige a sua memoria, nossa memoria. Raul Solnado, parceiro de quase toda uma vida!

Perdemos um génio, um Ícone e, julgo-o, também um bom Homem.

Até já sôr Raul

6 comentários:

moonlover disse...

Uma justa homenagem
a um senhor da nossa cultura,
boas memórias que nos deixas aqui...

e porque Solnado era sinónimo de humor,
uma frase que ele disse a um amigo:
"Só não quero morrer atropelado na 2ª. circular. Até porque me podem partir os óculos! "

um beijo,
moon

as velas ardem ate ao fim disse...

Tenho a mesma ideia...que perdemos acima de tudo um homem bom.

um bjo

Miguel Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel Ferreira disse...

- Aqui é que é a guerra de 1908?
- Não a aqui é a guerra de 1906! A Guerra de 1908 é um bocadinho mais a cima...

Imortal...
Perdemos um ser genial...
Sem duvida uma pessoa que nas decadas de 60 e 70 já vivia muito para além do seu tempo...

Até sempre

M disse...

Estava fora por terras de outro país pelo que não lhe conheci bem os programas. Do pouco que vi, percebi-lhe o humor refinado, o dom de desenrascar as falas naturalmente.

Agora é mesmo uma estrela.

Justa homenagem.

e um beijo para ti

isabel mendes ferreira disse...

um homem para quem acima de tudo a generosidade e a elegância de alma estava em primeiríssimo lugar. e do génio....já tanto se disse.


cumprimentos.

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