Lilás ao Luar, o aparelho.

Quatro faixas de Marginal e duas linhas do comboio cruzou, para mais rápido se sentar na rocha do costume.
Pousou a garrafa imediatamente cinzeiro e com o isqueiro do seu Roxo outra garrafa abriu, outro cigarro acendeu.
Que Buñuelice do cacete! , confessou ao Rio, e agora?! quem quero ser? Perguntou a si sem maquilhagem.

Do bolso retirou um telemóvel, também da sua cor Rosa. Um telemóvel desconhecido chegado pelo correio com o seu nome correctamente teclado. Alguém o lia, alguém lhe respondera, alguém o desafiara colocando-lhe nas mãos, a continuação das palavras e imagens que já não viveu.

Buddy, expirou ao Rio, precisava de ti bem, para em ti me apoiar.
A mão suada quase se abriu para deixar a curiosidade espreitar o monitor do aparelho, mas apenas o tacteou para o olhar de trás antes de com vagar o beijar e ao Rio o entregar.

Devia-o ter esmagado e sacar umas photos ao processo, á performance, mas seria preserva-lo…

Subitamente interrompeu-se assustado, e com um uivo de admiração aplaudiu a malvadez do Todo. Percebera enfim, que não lhe deram hipóteses de vencer o desafio. Basta-lhe repetir números que não consegue olvidar e esperar a sua indisponibilidade, para saber quem o desafiou... ainda não venceu e acrescentou à curiosidade: seria para ferir?... para guardar?... ou o clássico vazio de caracteres e conteúdos?... Percebera enfim que se aproximava do Don, mas de um Mancha fugindo dos Moinhos.

Lisboa iniciava-se com o também seu Violeta, horas antes da Cidade espreguiçar. Que desperdício… pensou, mas vou-me vingar, hoje não levo o lixo! E partiu rumo à ponte junto à Praia sem garrafas nas mãos ou nos bolsos.

Abraço VIVO